ESTUDO SOBRE AS DIFERENÇAS DE ALTIMETRIA DO NÍVEL DA ÁGUA DE LAGOAS SALINAS E HIPOSSALINAS NO PANTANAL DA NHECOLÂNDIA: UM INDICATIVO DE FUNCIONAMENTO DO MEGA SISTEMA LACUSTRE
Resumo
São apresentados dois conjuntos de dados do nível da água de lagoas salinas e hipossalinas no Pantanal da Nhecolândia, um mega sistema lacustre com milhares de lagoas de salinidade, pH e alcalinidade muito variados. O primeiro consta da altitude de 22 lagoas em situação de seca avançada. O segundo tem dados de 23 lagoas em fase de início de seca, com 11 re-amostradas ao fim da seca. Há dois padrões: as lagoas salinas estão em altitudes inferiores às hipossalinas vizinhas; as lagoas hipossalinas tiveram maior variação do nível da água que as de maior salinidade. Ambos os padrões podem ser explicados por hipótese corroborada por dados isotópicos: as águas de elevada alcalinidade dissolvem mais intensamente a areia quartzosa, re-precipitada como sílica amorfa em fases de seca extrema, implicando simultaneamente num rebaixamento das lagoas de pHs elevados e seu relativo isolamento do nível freático. O motor do aumento da alcalinidade é misto. Em parte é biogênico, pela absorção de CO2 e liberação de OH- por fitoplâncton, sobretudo em blooms de cianobactérias. Em parte é geoquímico: os baixos teores de Ca2+ impedem a precipitação de CaCO3, com a permanência em solução de altos teores de HCO3- e CO3(2-) elevando a alcalinidade.
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