Coníferas pensilvanianas da tafoflora interglacial de Monte Mor, Grupo Itararé, São Paulo, Brasil: as mais antigas da Bacia do Paraná
Resumo
A macroflora pré-glossopterídea do sítio Volpe, em Monte Mor (Estado de São Paulo), depositou-se, durante um interglacial do Grupo Itararé. Essa ocorrência caracteriza a Associação Paranocladus-Ginkgophyllum-Brasilodendron da porção médio‑basal do Grupo Itararé aflorante no NE da bacia do Paraná. Corresponde à associação macroflorística argentina Fitozona Krauselcladus-Asterotheca (ex-Zona Intervalo) e seu conteúdo palinoflorístico pertence à Palinozona Crucisaccites monoletus (Kasimoviano a Gzheliano). As coníferas dessa associação estão representadas por macro e microfósseis e registram o nível mais inferior de ocorrência do grupo na bacia. São impressões e compressões de ramos folhosos de Paranocladus dusenii Florin e Buriadia heterophylla (Feistmantel) Seward and Sahni emend. Singh e de sementes platispérmicas do gênero Paranospermum. Estudos cuticulares possibilitaram relacionar a presença de Paranocladus dusenii com as sementes platispérmicas Paranospermum cambuiense Ricardi-Branco e detectar uma nova espécie de Paranospermum. Estudos palinológicos anteriores, neste nível, permitiram identificar a presença de grãos de pólen afins às gimnospermas (coniferales, ginkgoales e pteridospermales) compreendendo formas monossacadas e bissacadas dos gêneros: Cannanoropolis, Plicatipollenites, Potonieisporites e Caheniasaccites, indicando já certa diversidade do grupo no Pensilvaniano. A associação das coníferas e Ginkgophyllum representaria uma comunidade arbórea mesoxerofítica. A abundância de seu material fragmentado, na assembleia fitofossilífera, sugere aloctonia com transporte em direção a uma planície deltaica onde associa-se a material parautoctone. A matriz fossilífera arenosa, sobreposta ao carvão, também evidencia um agente transportador de maior energia.
Palavras-chave
DOI: http://dx.doi.org/10.11606/issn.2316-9095.v16i4p7-22
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