Estratigrafia, arquitetura deposicional e faciologia da formação Missão Velha (Neojurássico-Eocretáceo) na área-tipo, bacia do Araripe, nordeste do Brasil: exemplo de sedimentação de estágio de início de rifte a clímax de rifte

Gelson Luís Fambrini, Diógenes Ribeiro de Lemos, Sidney Tesser Jr., Jadson Trajano de Araújo, Wellington Ferreira da Silva-Filho, Bruno Yves Cavalcante de Souza, Virgínio Henrique de Miranda Lopes Neumann

Resumo


Este trabalho enfoca revisão da Formação Missão Velha na área-tipo (Bacia do Araripe, Nordeste do Brasil), através de análises de fácies, elementos arquitetônicos, sistemas deposicionais e paleocorrentes. As principais fácies reconhecidas foram: 1. conglomerados de seixos e grânulos, com abundantes troncos fósseis silicificados, formando ciclos granodecrescentes, estratificações cruzadas acanaladas e tabulares, de pequeno e médio portes e geometria predominantemente lenticular; 2. arenitos grossos a médios, conglomeráticos, com grânulos, quartzosos, com troncos fósseis silicificados, com estratificações cruzadas acanaladas de médio e grande porte e geometria lenticular; 3. conglomerados e arenitos médios com seixos esparsos, mal selecionados, com estratificação plano-paralela; 4. arenitos finos a muito finos, sílticos, tabulares, laminados, intercalados com 5. camadas decimétricas de horizontes pelíticos com estratificação plano-paralela e laminações cruzadas cavalgantes. Dez elementos arquitetônicos foram reconhecidos: CH: canais, GB: formas de leito cascalhosas, SG: barras, SB: formas de leitos arenosos, SB(p): formas de leitos arenosos com estratificação cruzada tabular (p), OFch: depósitos de transbordamento (overbank) como diques, crevasse e channel splays, DA: macroformas de acréscimo para jusante, LS: lençóis de areia laminada, LA: depósito de acréscimo lateral e FF: depósitos finos de planície de inundação. Nem todos esses elementos foram observados em cada afloramento. Estes elementos, definidos pela geometria e superfícies delimitantes, formam a base para interpretação dos ambientes deposicionais. A Formação Missão Velha foi interpretada como: a. sistemas fluviais entrelaçados de alta energia com as seguintes características: ciclos granodecrescentes, estratificações cruzadas tabulares e acanaladas, truncamentos entre estratos cruzados, geometria lenticular, feições canalizadas, seixos esparsos e b. sistemas fluviais meandrantes pela presença de depósitos de planície de inundação, crevasse splays e barras em pontal. Ocorrem também depósitos eólicos.

Palavras-chave


Bacia do Araripe;Formação Missão Velha;Fácies;Elementos arquitetônicos;Sistemas deposicionais

Texto completo:

PDF EPUB


DOI: http://dx.doi.org/10.5327/Z1519-874X2011000200004

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


SCImago Journal & Country Rank