Estimativa da erosão e deposição pela Unit Stream Power Erosion and Deposition em uma sub-bacia às margens do Rio Mogi Guaçu, município de Mogi Guaçu, São Paulo, Brasil

Resumo

Informações a respeito dos processos erosivos do solo, que compreendem desagregação, transporte e deposição, são essenciais quando se deseja analisar processos hidrológicos associados à geração do escoamento na paisagem e à recarga de aquíferos. O modelo Unit Stream Power Erosion and Deposition (USPED) vem sendo aplicado em diversas regiões do mundo por oferecer estimativas mais precisas, uma vez que agrega uma base física que relaciona morfologia do relevo e parâmetros de escoamento definidores da erosão. O presente trabalho visa analisar a erosão e a deposição utilizando o modelo USPED em uma sub-bacia hidrográfica da planície aluvionar do Rio Mogi Guaçu, município de Mogi Guaçu, São Paulo, Brasil, e gerar subsídios para futuros diagnósticos de áreas com maior capacidade para armazenamento de água na região, baseado na menor erosão. A remoção de partículas minerais e orgânicas do solo, decorrente do processo erosivo, altera a profundidade efetiva, a textura, a estrutura e, consequentemente, interfere direta e negativamente em sua capacidade de absorver e reter água. A sub-bacia apresentou cerca de 60% de sua área não afetada por processos de erosão e deposição consideráveis, graças à vegetação arbórea atual, mas também ao relevo suave do local. Os locais de erosão e deposição totalizaram 23,42 e 15,76%, respectivamente, da área da sub-bacia, sendo adjacentes um ao outro e preferencialmente próximos ou dentro da rede de drenagem. Os resultados da espacialização foram validados pelo índice Kappa e revelaram que o modelo UPSED obteve excelente concordância com a “verdade de campo”. A estabilidade em termos de erosão favorece a recarga da água na área, uma vez que os solos apresentam textura arenosa e, além disso, os Latossolos, que compõem 63% da sub-bacia, são profundos e possuem alta capacidade de armazenamento e permeabilidade.