Assembleia de bivalves permianos de Tiaraju, Grupo Passa Dois, sul do Brasil: significado bioestratigráfico e paleobiogeográfico

Marcello Guimarães Simões, Juliana Machado David, Luiz Eduardo Anelli, Carla Klein, Suzana Aparecida Matos, Vitor Bonatto Guerrini, Lucas Veríssimo Warren

Resumo


Bivalves permianos da Bacia do Paraná evoluíram em um imenso mar interior, sob condições de extremo isolamento e estresse ambiental. Embora conhecidos desde 1918, a história evolutiva desses bivalves é ainda obscurecida pelo conhecimento incompleto e enviesado sobre a composição faunística e a distribuição estratigráfica de várias assembleias. Portanto, a descrição da assembleia de Tiaraju, a única conhecida no Grupo Passa Dois do sul do Brasil, contribui com novas informações‑chave sobre a composição, biocorrelação e idade dessa fauna de moluscos únicos. Terraia falconeri, Cowperesia emerita, Holdhausiella elongata e Terraia altissima foram registradas e descritas. T. falconeri é a espécie mais comum, seguida por C. emerita, H. elongata e T. altissima. A fauna é maiormente composta por Terrainae, faltando os Pinzonellinae. A assembleia é, desse modo, pobremente diversificada, no que tange à composição faunística e guildas (somente bivalves de infauna, facultativamente móveis, suspensívoros estão presentes). Cowperesia emerita e T. altissima sugerem, fortemente, biocorrelação com assembleias das formações Rio do Rasto e Gai‑As, Brasil e Namíbia, indicando idade não mais jovem que o Permiano médio (Wordiano‑Capitaniano). À luz dessas informações, o mapa geológico da região de Tiaraju, São Gabriel, e o contato local entre as formações Teresina e Rio do Rasto, requerem, ambos, reavaliação.

Palavras-chave


Grupo Passa Dois; Bacia do Paraná; Formação Gai-As; Guadalupiano.

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DOI: http://dx.doi.org/10.1590/2317-4889201720170013

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