Depósitos de escarnitos mineralizados em ferro e cobre do arco magmático de Santa Quitéria, Ceará, Provincia Borborema do nordeste do Brasil

Clovis Vaz Parente, Cesar Ulisses Vieira Veríssimo, Nilson Francisquini Botelho, Ticiano José Saraiva dos Santos, Claudinei Gouveia de Oliveira Oliveira, Jair Araújo de Lira Júnior, Douglas Teixeira Martins

Resumo


Depósitos de escarnitos mineralizados em W-Mo da Província Borborema são conhecidos desde os anos 40. Entretanto, até a execução deste trabalho, não se tinha registros desses depósitos mineralizados em Fe-Cu. No Ceará, as primeiras ocorrências e/ou depósitos de escarnitos ricos em ferro e cobre foram identificadas recentemente no Arco Magmático Continental de Santa Quitéria, considerado produto de evolução de vários arcos magmáticos, variando de arco juvenil (870 – 800 Ma) a colisão continental (625 – 600 Ma). Os escarnitos estão  associados às rochas calcissilicáticas e mármores dolomíticos e/ou calcíticos, recortadas por quartzo monzonitos  neoproterozóicos cedo a tardi-colisionais. São encontrados todos os tipos do sistema escarnítico, como endoescarnitos, hornfels, escarnóides e exoescarnitos. Os exoescarnitos apresentam duas associações minerais, que refletem protólitos carbonáticos distintos: uma composta por clinopiroxênio-granada (estágio progradante) e magnetita-pirrotita-calcopirita-pirita-biotita (estágio retrogradante), característica de protólito calcítico, e outra formada por olivina-espinélio-diopsidio na fase progradante e serpentina na fase retrogradante, representativa de protólito dolomítico. As granadas, em parte zonadas, exibem composição dominada por andradita (82 – 52 mol%), seguida por grossularita (16 – 45mol%) e, em proporção menor, piropo (2 – 3 mol%). O piroxênio do protólito calcítico é típico da série diopsídio-hedenbergita, com composição média Diopsídio46Hedenbergita52Johannsenita2. Três tipos de minério magnetítico são encontrados: i) magnetito bandado; ii) magnetito disseminado; iii) magnetito maciço filoneano. Ocorre ainda um minério sulfetado de cobre com e sem magnetita associado, e blocos de gossans. Os dados geológicos e metalogenéticos obtidos indicam que a gênese destes escarnitos está associada à influência dos granitos monzoníticos tardi-brasilianos e, embora haja dois tipos de escarnito, predomina o mineralizado em ferro e cobre.

Palavras-chave


Endoescarnitos; Escarnóides; Exoescarnitos; Petrografia; Mineralizações de Fe.

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DOI: http://dx.doi.org/10.1590/2317-488920150030264

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