CAMPO DE ESFORÇOS PLIO-PLEISTOCÊNICO NA ILHA DA TRINDADE (OCEANO ATLÂNTICO SUL, BRASIL) E SUA RELAÇÃO COM ATECTÔNICA REGIONAL
Resumo
A Ilha da Trindade, de natureza vulcânica alcalina, é a porção emersa de um grande edifício vulcânico cuja base encontra-se submersa a cerca de 5000 m de profundidade. A análise do padrão de orientação do enxame de diques plio-pleistocênicos da porção nordeste da ilha, como também do alongamento de plugs fonolíticos, permitiu a determinação da direção de SHmax (no caso correspondente a σ1) segundo N60W, durante a colocação desses corpos intrusivos. O regime tectônico seria do tipo transcorrente dextral, com binário de orientação geral ENE-WSW a E-W. A direção determinada para σ1 na Ilha da Trindade é paralela ao eixo maior do edifício vulcânico, sugerindo a vigência do mesmo controle tectônico durante sua formação. Por outro lado, a Cadeira Vitória-Trindade mostra segmentos diferenciados com direções NW-SE, NE-SW e E-W, provavelmente correspondentes a mudanças na direção de σ1 durante o Terciário nesta porção oceânica da Placa Sul-Americana, em parte compatíveis com as variações verificadas na porção continental emersa adjacente no sudeste do Brasil. Diferenças na profundidade do embasamento ao norte e ao sul da Cadeia Vitória-Trindade corroboram o comportamento desta como uma zona de fratura, que teria atuado como conduto para o magmatismo da Pluma da Trindade. A incompatibilidade verificada entre a direção de SHmax esperada para o Plioceno e Pleistoceno na Ilha da Trindade e a direção dos diques estudados implica num comportamento não rígido deste segmento da Placa Sul-Americana.
Palavras-chave
Ilha da Trindade; Campo de esforços; Plioceno; Pleistoceno; Oceano Atlântico Sul; Zona de fratura.
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