PALEOCORRENTES E PALEOGEOGRAFIA NA BACIA DO ARARIPE, NORDESTE DO BRASIL
Resumo
A Bacia do Araripe é constituída por quatro seqüências limitadas por discordâncias. Os padrões de paleocorrentes aluviais são diferentes para cada uma das seqüências e sem relação com a geometria de suas áreas de ocorrência, indicando que as mesmas constituem fragmentos de bacias distintas, originalmente mais extensas. Sentidos de fluxo para norte-noroeste nos sedimentos da Formação Cariri são semelhantes aos da Formação Tacaratu (Bacia de Tucano-Jatobá) e aos do Grupo Serra Grande (Bacia do Parnaíba). Na seqüência juro-neocomiana as paleocorrentes indicam paleodrenagem para sul, em direção à Bacia do Recôncavo-Tucano. Em ambas as seqüências o padrão de paleocorrentes é constante, não sofrendo nenhuma influência das inúmeras falhas que as seccionam ou definem seus limites de ocorrência, indicando que sua estruturação em horstes e grábens é produto de tectônica deformadora. Sedimentos fluviais da base da seqüência aptiano-albiana (Formação Barbalha) apresentam paleofluxos para sudeste em direção à Bacia de Sergipe-Alagoas. É sugerido um sentido oposto para a ingressão marinha albiana presente na Formação Santana. Embora o nível do mar estivesse num movimento eustático global ascendente, os sedimentos albiano-cenomanianos da Formação Exu registram um retorno às condições continentais, com rios fluindo para oeste, em direção à Bacia do Parnaíba. Tal rearranjo da paleodrenagem continental foi conseqüência de soerguimento da Região Nordeste oriental a partir do Albiano.
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