GRANITOGENESIS IN NORTHERN BRAZILlAN REGION: A REVIEW

ROBERTO DALL'AGNOL, JORGE SILVA BETTENCOURT, XAFI DA SILVA JORGE-JOÃO, HAMILTON DE MEDEIROS, HILTON TÚLIO COSTI, MOACIR JOSÉ BUENANO MACAMBIRA

Resumo


O território coberto pela região Norte do Brasil foi estabilizado tectonicamente durante o Proterozóico Médio ou mesmo antes em certas áreas. A granitogênese nela identificada estende-se desde o Arqueano até o início do Proterozóico Superior. Cinco grandes grupos de granitóides foram distinguidos: 1. granitóides arqueanos C> 2.500 Ma) ; 2. granitóides transamazônicos (2.000 Ma); 3. granitos anorogênicos da Província Amazônia Central (1.800 a 1.400 Ma); 4. granitogênese da Província Rio Negro (1.700 a 1.400 ou 1.200 Ma); 5. granitos anorogênicos das províncias Juruena e Rondônia (1.400 a 900 Ma). Os granitóides arqueanos estão melhor preservados na Amazônia Oriental. Os mais antigos são granitóides sódicos (tonalitos e, subordinados, trondhjemitos e granodioritos) que seguem o trend cálcio-alcalino tonalítico - trondhjemítico. Na região de Rio Maria (SE do Pará), granodioritos arqueanos possuem ampla distribuição. Eles são mais jovens que as rochas do grupo anterior e seguem o trend cálcio-alcalino granodiorítico. Granitos potássicos, de idade indefinida, porém posteriores aos granitóides sódicos com os quais se associam, são muito freqüentes no Amapá e na região de Altamira (PA). Os granitóides transamazônicos são muito abundantes na porção norte do Escudo das Guianas, mas ocorrem também em outras áreas. O granitóide Agua Branca e similares (1.950 Ma) são aqueles melhores estudados até o momento. Os dados químicos existentes, sobretudo os seus altos teores de alumina, sugerem que estejam relacionados a um magmatismo cálcio-alcalino, provavelmente traduzindo um reflexo da atividade do Ciclo Orogênico Transamazônico no cráton arqueano. Os granitos anorogênicos da Província Amazônia Central constituem uma das maiores provincias anorogênicas do mundo. Foram distinguidos dois grupos de granitóides: a. granitos alcalinos, similares aos granitos do tipo-A, gerados, provavelmente, por anatexia crustal de rochas granulíticas; b. granitos da série a magnetita, possuindo algumas analogias químicas com granitos do tipo-I caledonianos, derivados, possivelmente, da anatexia de rochas metaígneas de terrenos granite-greenstone. O primeiro grupo é muito rico em mineralizações, contrariamente ao segundo. Os granitos anorogênicos das províncias Juruena e Rondônia são muito similares aos da Província Amazônia Central. Foram subdivididos em três grupos: a. Suite Serra da Providência com abundãncia de rochas rapakivíticas (1.400 a 1.200 Ma); b. Granitos rapakivi e tipos análogos mais jovens que o grupo anterior (1.270 a 1.180 Ma); c. Granitos rondonianos jovens (980 Ma), geralmente mineralizados. A granitogênese da Província Rio Negro, embora também formada no Proterozóico Médio, contrasta vivamente com aquela da Província Amazônia Central, destacando-se: a. Esfeno-anfibólio-biotita quartzo-monzonitos a monzogranitos que seguem o trend subalcalino monzonítico e cuja gênese parece ter envolvido magmas gerados no manto, associados a magmas crustais; b. Granitos a duas micas, correspondentes a tipos crustais derivados da anatexia de rochas metassedimentares. Propõem-se um modelo de colisão continental para explicar a evolução magmática da Província Rio Negro. São apresentados e discutidos alguns diagramas petrológicos com o objetivo de comparar as características dos cinco grandes grupos de granitóides e de mostrar a evolução química da granitogênese ao longo do tempo. É feita também uma breve comparação entre a granitogênese da região setentrional do Brasil e aquelas descritas nas regiões vizinhas.

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