Granitos peraluminosos intrusivos no Complexo Metamórfico Brusque: registro do magmatismo relacionado a colisão neoproterozóica no Terreno Tijucas, Itapema (SC)
Resumo
O Complexo Metamórfico Brusque (CMB) é uma das principais unidades do Terreno Tijucas em Santa Catarina. Na região de Itapema este complexo é composto por uma associação de xistos pelíticos, quartzitos, mármores e rochas calci-silicáticas, com ocorrência subordinada de rochas metavulcânicas máficas, ultramáficas e granitos peraluminosos. Estas unidades estão intercaladas tectonicamente e dispostas segundo uma foliação de baixo ângulo orientada segundo a direção nordeste. Os granitos constituem corpos tabulares de espessuras centimétricas a métricas e mostram relações concordantes com a foliação S2, posicionando-se ao longo das superfícies axiais de dobras isoclinais e apertadas da fase F2. Possuem composição monzogranítica com mineralogia composta por K-feldspato, plagioclásio e quartzo, teores subordinados de muscovita e turmalina, com biotita, granada, monazita, zircão, apatita e minerais opacos como acessórios. A estrutura principal é um bandamento magmático de espessura centimétrica, alternando níveis regulares e contínuos com textura equigranular média a grossa e porções pegmatíticas. O bandamento é originado pelo preenchimento sucessivo de fraturas por injeções graníticas. Estudos geoquímicos caracterizaram os granitos como representantes do magmatismo peraluminoso relacionado à série cálcico-alcalina alto-K. Os padrões de elementos maiores e traços como razões LaN/YbN (variando entre 1,34 e 4,66), K2O/ Na2O (entre 0,86 e 1,72), CaO/Na2O (entre 0,11 e 0,44) e os baixos teores de Rb, Sr, Zr e de ETR são muito similares aos de granitos peraluminosos descritos em outros cinturões orogênicos. Composições deste tipo são usualmente atribuídas à rochas formadas por fusão parcial de seqüências crustais de composição pelítica deixando um resíduo sólido granulítico. As relações estruturais entre o posicionamento dos corpos graníticos e a evolução metamórfico-deformacional do CMB, associada aos parâmetros geoquímicos e as feições tectônicas e geocronológicas são consistentes com um magmatismo relacionado à fusão crustal em ambiente colisional no final do Ciclo Brasiliano.
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