O Meteorito Bendegó: história, mineralogia e classificação química

Wilton Pinto de Carvalho, Débora Correia Rios, Herbet Conceição, Maria Elizabeth Zucolotto, Massimo D´Orazio

Resumo


O meteorito Bendegó, uma massa de ferro e níquel com 5.360 kg, é o maior exemplar da coleção brasileira e detentor de uma rica história de contribuições à ciência meteorítica. Sua descoberta em 1784 no sertão da Bahia, sua épica remoção para o Museu Nacional (Rio de Janeiro) no final do século XIX e sua participação em estudos que estabeleceram a classificação química dos meteoritos metálicos na década de 1970 credenciam esse visitante espacial a reafirmar junto à comunidade geológica brasileira a importância dessas amostras extraterrestres que são autênticos arquivos repletos de informações sobre o que ocorreu nos primórdios do sistema solar e nos processos de diferenciação química dos planetas e asteróides. Este artigo estuda esse meteorito em seus contextos histórico, cósmico, geológico, petrológico e geoquímico lançando mão de técnicas analíticas avançadas a exemplo da análise por ativação de nêutrons, a espectroscopia de massa indutivamente acoplada a plasma e a microscopia eletrônica de varredura para melhor caracterizar as propriedades dessa massa de Fe-Ni que algum dia era parte integrante do núcleo de um objeto espacial suficientemente grande para experimentar um processo de diferenciação química.

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