Distribuição e composição geoquímica de inclusões fluidas de petróleo comparadas com as do óleo cru, indícios e extratos em um poço submarino na Bacia de Campos, Brasil

Resumo

Um dado poço offshore contendo uma zona produtora superior de óleo biodegradado sotoposta por uma zona intermediária com indícios de óleo ligeiramente biodegradados e por uma zona profunda com indícios de óleo não-biodegradados. O objetivo deste estudo foi procurar inclusões fluidas de petróleo (IFs), determinar a extensão de zonas de paleo-óleo e comparar a composição geoquímica dos óleos, indícios de óleo e extratos da rocha. Grãos com inclusões de óleo (GOI TM) de 5.3% na zona produtora de óleo é moderado mas as IFs são pequenas (< 5μm). Valores inferiores de GOI (0,7-2,0%) no intervalo intermediário são evidências de migração e possivelmente de acumulação de óleo. Na zona profunda as IFs ocorrem mais freqüentemente (GOI = 9.6-19%) e são maiores. Sua assinatura geoquímica é similar ao indício de óleo deste intervalo em termos de alteração secundária (não-biodegradada), maturidade (pico da janela de óleo) e da assinatura da rocha geradora (folhelhos marinhos subóxicos ricos em argila (e pobres em carbonato), de idade provavelmente cretácica ou mais jovem). O óleo da inclusão não se correlaciona com o óleo produzido (menos maturo e lacustre) ou com os indícios de óleo da zona intermediária e nem com os folhelhos marinhos menos maturos desse poço. As maturidades similares das IFs no pico da janela de óleo indicam que provavelmente esses óleos foram aprisionados nesse único evento de carga. Ambos, paleo- e óleos presentes no intervalo inferior diferem do óleo da zona produtora superior provavelmente foram gerados por uma geradora profunda e migraram verticalmente.