Formação ferrífera associada à sedimentação glaciogênica da Formação Puga (Marinoano) na Serra da Bodoquena, MS
Resumo
No presente artigo descreve-se ocorrência de formação ferrífera associada a diamictitos da Formação Puga (Marionano) em contexto geológico diferente das formações ferríferas do Grupo Jacadigo, no Maciço de Urucum. A formação ferrífera ocorre em camada de 2 m de espessura, de direção NS, com mergulho de 45º E, e encontra-se associada a diamictito de matriz ferruginosa, foliado e com metamorfismo de baixo grau. Apresenta bandamento centimétrico com camadas de hematita e magnetita alternadas com camadas submilimétricas de sílica, em parte estiradas devido às deformações tectônicas da Faixa Paraguai. Os teores de Fe2O3 variam da ordem de 75%, na base e no topo do pacote, para 52% nas porções intermediárias da seção. A concentração do teor de Fe nas bordas se dá pela remobilização da sílica para o centro do corpo devido, provavelmente, à ação tectônica. Análises químicas mostram que os teores de Al2O3 são altos (2,89 - 3,45%) e a forte correlação com TiO2 e Zr indicam contribuição de componentes terrígenos nos sedimentos predominantemente químicos. Blocos isolados de granito ocorrem na formação ferrífera, mas a ação tectônica dificulta a observação das relações entre os clastos e o bandamento original. Apesar da Formação Puga ter sua origem relacionada a eventos glaciogênicos, não foram encontradas evidências seguras que permitissem relacionar a origem desta formação ferrífera a processos glaciais.
Palavras-chave
Formação ferrífera; Formação Puga; Glaciação; Marinoano; Faixa Paraguai.
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