Formação ferrífera associada à sedimentação glaciogênica da Formação Puga (Marinoano) na Serra da Bodoquena, MS

Thiago Piacentini, Paulo César Boggiani, Jorge Kazuo Yamamoto, Bernardo Tavares Freitas, Ginaldo Ademar da Cruz Campanha

Resumo


No presente artigo descreve-se ocorrência de formação ferrífera associada a diamictitos da Formação Puga (Marionano) em contexto geológico diferente das formações ferríferas do Grupo Jacadigo, no Maciço de Urucum. A formação ferrífera ocorre em camada de 2 m de espessura, de direção NS, com mergulho de 45º E, e encontra-se associada a diamictito de matriz ferruginosa, foliado e com metamorfismo de baixo grau. Apresenta bandamento centimétrico com camadas de hematita e magnetita alternadas com camadas submilimétricas de sílica, em parte estiradas devido às deformações tectônicas da Faixa Paraguai. Os teores de Fe2O3 variam da ordem de 75%, na base e no topo do pacote, para 52% nas porções intermediárias da seção. A concentração do teor de Fe nas bordas se dá pela remobilização da sílica para o centro do corpo devido, provavelmente, à ação tectônica. Análises químicas mostram que os teores de Al2O3 são altos (2,89 - 3,45%) e a forte correlação com TiO2 e Zr indicam contribuição de componentes terrígenos nos sedimentos predominantemente químicos. Blocos isolados de granito ocorrem na formação ferrífera, mas a ação tectônica dificulta a observação das relações entre os clastos e o bandamento original. Apesar da Formação Puga ter sua origem relacionada a eventos glaciogênicos, não foram encontradas evidências seguras que permitissem relacionar a origem desta formação ferrífera a processos glaciais.

Palavras-chave


Formação ferrífera; Formação Puga; Glaciação; Marinoano; Faixa Paraguai.

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