TIPOLOGIA DOS VEIOS DE QUARTZO E ESTUDO DE INCLUSÕES FLUIDAS NOS DEPÓSITOS DE OURO DA FAIXA MÓVEL AGUAPEÍ - CRÁTON AMAZÔNICO - MINA DE SÃO VICENTE, REGIÃO DA LAVRINHA E PAU-A-PIQUE
Resumo
A Faixa Móvel Aguapeí na porção sudoeste do Cráton Amazônico, forma um cinturão NW de aproximadamente 600km por até 50km de largura sustentado, principalmente, pelas rochas metassedimentares do Grupo Aguapei. Este grupo ocorre sobre rochas básicas, ultrabásicas e sedimentares químicas do Terreno Rio Alegre (1,50 a 1,49 Ga) e sobre rochas graníticas do Terreno Santa Helena (1,48 a 1,42 Ga). Ao longo da faixa são registrados mais de 20 depósitos auríferos, em sua maioria associados ao Grupo Aguapeí (1,28 - 0,95 Ga) fortemente deformado pela Orogenia Sunsás-Aguapeí (1,1 -0,9 Ga). Foram estudadas três áreas ao longo da faixa: Norte (mina de São Vicente); Central (depósitos da região da Lavrinha); Sul (depósito Pau-a-Pique). O minério nestes depósitos é constituído por sistemas de veios de quartzo e disseminações nas encaixantes. Os teores mais elevados de ouro nos veios estão relacionados aos que apresentam texturas comb, sacaroidal e de substituição. O ouro nativo ocorre associado a pirita, pirrotita, calcopirita, prata nativa, arsenopirita, galena hematita, magnetita e martita. Estudo de inclusões fluidas nos veios de quartzo desses depósitos revelam três populações de inclusões distribuídas em dois sistemas: trifásicas aquo-carbônicas - H2O+C02+NaCl (Tipo 1) e; bifásicas aquosas e monofásicas aquosas - H2O+NaCl (Tipos II e III), todos com baixa salinidade « 8% em peso NaCl eq.). Os fluidos estão relacionados a sistema hidrotermal profundo sendo a principal fonte para o ouro a devolatilização de pilhas de rochas ultramáficas, máficas e bifs das sequências vulcanosedimentares Rio Alegre e Pontes e Lacerda. Os dados petrográficos e geoquímicos, somados às idades 40Ar/39Ar em sericita obtida junto aos veios hidrotermais nos depósitos Pau-a-Pique e naqueles da região da Lavrinha com idades entre 908, I ± 0,9 Ma e 917,8 ± 0,9 Ma para a mineralização, evidenciam a circulação de fluidos no final da deformação do Grupo Aguapeí pela Orogenia Sunsas-Aguapeí dando um caráter epigenético à formação dos depósitos.
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