CICLOESTRATIGRAFIA DO EOPERMIANO - ESTUDO DE CASO NO GRUPO ITARARÉ, BACIA DO PARANÁ (PARTE 2): EVIDÊNCIAS DE INDUÇÃO ASTRONÔMICA (ORBITAL E SOLAR) NO CLIMA E NA SEDIMENTAÇÃO

Resumo

A indução astronômica no clima da região da Bacia do Paraná, durante o Eopermiano, foi testada com o intuito de determinara natureza da ciclicidade presente em sedimentos do Grupo Itararé,de origem glacial. Utilizaram-se dados de testemunhos e de perfis de raios gama de dois poços, um em Santa Catarina e outro no Rio Grande do Sul, perfurados pela CPRM. A distância entre as locações dos poços (cerca de 380 km) possibilitou testar a influência da indução astronômica em localidades distintas. Dois métodos de amostragem foram utilizados, de acordo com a escalados dados e com a possível indução: perfis de raios gama foram digitalizados e amostrados em intervalos de I em, para testar a presença dos ciclos orbitais na escala de 20 mil a 400 mil anos,ou fenômenos indutores na escalade 3 mil a 10 mil anos, e os testemunhos foram escaneados nos intervalos com ritmitos e transformados em dados em escala de cinza equiespacados(0,2538 mm), objetivando a busca por ciclos anuais a centenários. A análise cicloestratigrafica sugere a presença dos ciclos orbitais, com períodos de cerca de 17 mil a 100 mil anos, caracterizados em perfil, e dos ciclos solares,com períodos de cerca de 22 a 1000 anos, evidenciados nos testemunhos. Os tempos de acumulação calculados mostraram um alto grau de correlação (cerca de 9400 anos para um intervalo escaneado e de 12600 para o mesmo intervalo nos dados de perfil). As taxas de acumulação calculadas para os perfis variam entre 5,2 a 9,3 cm/ka, muito similares aquelas do Pleistoceno. A analise mostrou ainda que a seção completa do Grupo Itararé em um dos poços corresponde apenas a cerca de meio ciclo de precessão (12342 anos). Como os ciclos solares e os orbitais afetam o clima de maneira global, certamente influenciaram a sedimentação em outros pontos da bacia.