CARACTERIZAÇÃO LITOLÓGICA E EVOLUÇÃO METAMÓRFICA DA PORÇÃO LESTE DO COMPLEXO METAMÓRFICO BRUSQUE, SANTA CATARINA
Resumo
A porção leste do Complexo Metamórfico Brusque é constituída por uma sequência de rochas predominantemente metassedimentares, com ocorrência subordinada de rochas metavulcânicas. Esta sequência é intrudida por granitóides, representados por corpos tabulares e injeções de leucogranitos peraluminosos, e pelos granitos Compra Tudo, Valsungana e Serra dos Macacos. A deformação e o metamorfismo regional orogênico são interpretados neste trabalho como polifásicos e ocorreram no Neoproterozóico, associados a um processo de colisão continental. Um novo evento metamórfico está relacionado à transferência de calor por magmas graníticos e ao desenvolvimento de zonas de cisalhamento dúcteis. A sedimentação é dominantemente marinha e relacionada provavelmente a um sistema de rifts que evoluem para uma margem continental, sem registro de crosta oceânica. Ocorrem turbiditos, caracterizados pela alternância sistemática de pelitos, arenitos feldspáticos e quartzo-arenitos, e de modo subordinado calcáreos e margas. As rochas vulcânicas correspondem a derrames básicos subaquosos de afinidade toleítica, com estruturas maciças. Interfluxos exalativos químicos, tais como formações ferríferas bandadas, ocorrem de forma restrita. A evolução metamórfica é complexa e encontra-se intimamente relacionada aos eventos deformacionais. Os eventos M1 e M2 são relacionados a metamorfismo regional orogênico de baixa pressão, ocorrendo concomitantes com o desenvolvimento das foliações metamórficas S1 e S2, ambas com estruturas geradas durante o evento colisional. Esta estruturação é responsável pela intercalação tectônica de fatias da sequência vulcano-sedimentar pretérita. As condições de temperatura evoluem da fácies xistos verdes a anfibolito inferior, e possuem um padrão de zonação complexo, com repetições c incongruências de zonas metamórficas, que variam desde a zona da clorita, passando para biotita, granada, andaluzita e cordierita. O evento M3 está associado ao posicionamento dos granitoides Brasilianos sintranscorrência (D3) Valsungana e Serra dos Macacos, e desenvolve auréola de metamorfismo de contato, com cornubianitos pelíticos e calci-silicáticos, sob condições metamórficas da fácies albita-epidoto cornubianito a piroxênio cornubianito.
Palavras-chave
Escudo Catarinense; Complexo Metamórfico Brusque; Estratigrafia; Petrologia metamórfica.
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