CARACTERIZAÇÃO LITOLÓGICA E EVOLUÇÃO METAMÓRFICA DA PORÇÃO LESTE DO COMPLEXO METAMÓRFICO BRUSQUE, SANTA CATARINA

RUY PAULO PHILIPP, GUILHERME MALLMANN, MARIA DE FÁTIMA BITENCOURT, EDUARDO RECKZIEGEL DE SOUZA, MARCOS M.A. DE SOUZA, JOAQUIM DANIEL DE LIZ, FELIPE WILD, SILVANA ARENDT, ALESSANDRO S. DE OLIVEIRA, LAUREN DUARTE, CRISTIANE B. RIVIERA, MAURÍCIO PRADO

Resumo


A porção leste do Complexo Metamórfico Brusque é constituída por uma sequência de rochas predominantemente metassedimentares, com ocorrência subordinada de rochas metavulcânicas. Esta sequência é intrudida por granitóides, representados por corpos tabulares e injeções de leucogranitos peraluminosos, e pelos granitos Compra Tudo, Valsungana e Serra dos Macacos. A deformação e o metamorfismo regional orogênico são interpretados neste trabalho como polifásicos e ocorreram no Neoproterozóico, associados a um processo de colisão continental. Um novo evento metamórfico está relacionado à transferência de calor por magmas graníticos e ao desenvolvimento de zonas de cisalhamento dúcteis. A sedimentação é dominantemente marinha e relacionada provavelmente a um sistema de rifts que evoluem para uma margem continental, sem registro de crosta oceânica. Ocorrem turbiditos, caracterizados pela alternância sistemática de pelitos, arenitos feldspáticos e quartzo-arenitos, e de modo subordinado calcáreos e margas. As rochas vulcânicas correspondem a derrames básicos subaquosos de afinidade toleítica, com estruturas maciças. Interfluxos exalativos químicos, tais como formações ferríferas bandadas, ocorrem de forma restrita. A evolução metamórfica é complexa e encontra-se intimamente relacionada aos eventos deformacionais. Os eventos M1 e M2 são relacionados a metamorfismo regional orogênico de baixa pressão, ocorrendo concomitantes com o desenvolvimento das foliações metamórficas S1 e S2, ambas com estruturas geradas durante o evento colisional. Esta estruturação é responsável pela intercalação tectônica de fatias da sequência vulcano-sedimentar pretérita. As condições de temperatura evoluem da fácies xistos verdes a anfibolito inferior, e possuem um padrão de zonação complexo, com repetições c incongruências de zonas metamórficas, que variam desde a zona da clorita, passando para biotita, granada, andaluzita e cordierita. O evento M3 está associado ao posicionamento dos granitoides Brasilianos sintranscorrência (D3) Valsungana e Serra dos Macacos, e desenvolve auréola de metamorfismo de contato, com cornubianitos pelíticos e calci-silicáticos, sob condições metamórficas da fácies albita-epidoto cornubianito a piroxênio cornubianito.

Palavras-chave


Escudo Catarinense; Complexo Metamórfico Brusque; Estratigrafia; Petrologia metamórfica.

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