A EVOLUÇÃO TECTONO-ESTRATIGRÁFICA DA PROVÍNCIA MINERAL DE CARAJÁS: UM MODELO COM BASE EM DADOS DE SENSORES REMOTOS ORBITAIS (SAR-C RADARSAT-1, TM LANDSAT-5), AEROGEOFÍSICA E DADOS DE CAMPO

PAULO VENEZIANI, ATHOS RIBEIRO DOS SANTOS, WALDIR RENATO PARADELLA

Resumo


Imagens de sensoriamento remoto orbital tem sido utilizadas na Província Mineral de Carajás (Amazônia brasileira) desde o início da década de 1990. A Província, com um relevo heterogêneo e quase totalmente coberta por floresta tropical, é parte do Cinturão Itacaiúnas, Craton Amazônico. A área é conhecida mundialmente por seu potencial mineral, porém do ponto de vista tectono-estratigráfico ainda apresenta informações insuficientes e às vezes conflitantes devido às suas características fisiográficas, de acesso e, por ser mapeada com detalhes somente nas áreas mineralizadas, nem sempre próximas entre si. Imagens orbitais ópticas (TM Landsat), de radar (C-HH RADARSAT-1) e produtos digitais integrados (RADARSAT-1/aerogamaespectrometria) têm sido extensivamente usados em mapeamento geológico na região. Devido às características sinópticas e geometria distinta de observação (sensor/terreno), permitindo derivar informações geológicas indiretas, estes tipos de produtos de sensores remotos tem sido interpretados através de critérios morfoestruturais específicos, com os seguintes objetivos: 1- integrar dados prévios e dispersos; 2- identificar estruturas regionais e diferentes ambientes tectono-estratigráficos de grande escala e; 3- distinguir diferentes fases de movimentação ao longo do Cinturão Itacaiúnas, orientado em torno de WNW-ESE, e caracterizar eventos formadores e deformadores de rochas. Verificações de campo ao longo de perfis previamente selecionados forneceram dados elucidativos que, integrados aos preexistentes, permitiram a elaboração de um mapa tectono-estratigráfico na escala de 1: 250.000. Além disso, foi também possível caracterizar três fases transpressivas dúcteis a rúpteis – dúcteis, localmente transtrativas, ocorridas no Arqueano/Paleoproterozóico e posteriores reativações distensivas com picos no final do Proterozóico/início do Paleozóico, no Mesozóico e no Terciário. A estas fases associaram-se vulcanismo, sedimentação, granitogênese e metamorfismo com diferentes graus de intensidade. Os registros destas deformações, sob as formas de arrastos dúcteis, deslocamentos e justaposição de unidades tectono-estratigráficas com idades diferentes, são evidentes nas imagens utilizadas e diagnósticos das diferentes fases de movimentação/deformação, o que permite considerá-las indispensáveis para a elaboração de sínteses tectono-estratigráficas regionais em ambientes similares aos da Província Mineral de Carajás.


Palavras-chave


Evolução tectono-estratigráfica; Província Mineral de Carajás; Sensoriamento remoto; Radar imageador.

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