QUÍMICA MINERAL DE ANFIBÓLIOS E BIOTITAS E CONDIÇÕES DE CRISTALIZAÇÃO DE GRANITÓIDES PALEOPROTEROZÓICOS DA REGIÃO DE VILA RIOZINHO, PROVÍNCIA AURÍFERA DO TAPAJÓS, CRÁTON AMAZÔNICO
Resumo
Os granitos São Jorge Antigo, São Jorge Jovem, Jardim do Ouro, pórfiros e aqueles da Suíte Maloquinha são representativos do magmatismo paleoproterozóico (1,98 a 1,88 Ga) da região de Vila Riozinho, porção leste da Província Aurífera do Tapajós. No Granito São Jorge Antigo, as rochas quartzo-monzodioríticas possuem anfibólios de composição Mg-hastingsita, tschermakita e hornblenda magnesiana. Nas rochas monzograníticas, dominantes, e quartzo-sieníticas, pouco frequentes, ocorre hornblenda magnesiana homogênea com raras bordas actinolíticas. As altas razões Mg/(Mg+Fe2)e os conteúdos de Al1 desse anfibólio indicam formação em ambiente com elevada fO2, a pressões variáveis entre 3 e 1 kbar para a fácies monzogranítica e inferiores a 1,7 kbar para a quartzo-sienítica. Pressões de 6±1 kbar foram obtidas em Mg-hastingsita e tschermakita das rochas monzodioríticas. Entretanto, a composição da homblenda magnesiana presente nas bordas de muitos cristais de anfibólio desta fácies sugere um final de colocação e cristalização a pressões similares àquelas das rochas monzograníticas. No Granito São Jorge Jovem, ocorrem hornblenda magnesiana e actinolita com razões Mg/(Mg+Fe2) um pouco mais elevadas do que as de rochas equivalentes do Granito São Jorge Antigo, porém com conteúdos de Al1, mais baixos, indicando cristalização entre 2 e 1 kbar. A presença nesse granito de muitos anfibólios com composição actinolítica sugere a possibilidade de reequilíbrio subsolidus expressivo e tais valores devem ser tomados com precaução. O Granito Jardim do Ouro possui anfibólios com razões Mg/(Mg+Fe2) mais baixas que variam de Fe-edenita a Fe-hornblenda, indicando cristalização em ambiente comparativamente menos oxidante. Seus conteúdos de Al1 elevados sugerem cristalização a pressões entre 4,5 e 3 kbar. Porém, como esses anfibólios são mais ricos em ferro do que os dos demais granitóides e formaram-se em menor fO2, é possível que tal pressão esteja superestimada. No granito pórfiro associado ao Granito São Jorge Antigo ocorre hornblenda magnesiana bastante homogênea com razões Mg/(Mg+Fe2), conteúdos de álcalis e Al1 similares ao do anfibólio das rochas monzograníticas deste corpo, sugerindo uma ligação genética entre essas rochas. Um granito pórfiro, associado aos ignimbritos da Formação Moraes Almeida e à Suite Maloquinha, contém Fe-homblenda de composição semelhante a dos anfibólios do Granito Jardim do Ouro, o que sugere uma possível ligação entre ambos. As biotitas dos granitos São Jorge Antigo, São Jorge Jovem c do granito pórfiro associado ao primeiro são magnesianas, similares às encontradas em granitos cálcico-alcalinos, e mostram reequilíbrio pós-magmático. A biotita do Granito Jardim do Ouro é ferrosa, situa-se no limite entre biotitas de granitos subalcalinos e alcalinos e não apresenta sinais de reequilíbrio pós-magmático.
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