PALEOVENTOS E PALEOCORRENTES SUBAQUOSAS DO SISTEMA DEPOSICIONAL PIRAMBÓIA NOS ESTADOS DE SÃO PAULO E PARANÁ, BACIA DO PARANÁ: ESTUDO BASEADO EM ANÁLISE ESTATÍSTICA DE DADOS AZIMUTAIS
Resumo
Medidas de mergulho de estratificações cruzadas tomadas ao longo da faixa aflorante dos depósitos do sistema deposicional eólico Pirambóia (Permiano e/ou Triássico da Bacia do Paraná) nos estados de São Paulo e Paraná foram agrupadas segundo critérios escalonados de fatiamento estratigráfico, posição geográfica fácies deposicionais. A partir das medidas agrupadas faciologicamente como éolicas e subaquosas (fluviais ou costeiras), inferiram-se respectivamente os rumos de paleoventos e paleocorrentes e através da aplicação de testes de hipóteses estatísticas. A distribuição espacial dos paleoventos e paleocorrentes subaquosas assim inferidos, no decorrer da atividade do sistema, é objeto de análise e discussão, em termos de proveniência e paleogeografia, incluindo aspectos de circulação atmosférica e relevo. Os paleoventos configuram uma zona de convergência no Estado do Paraná, caracterizada por influxo eólico de NW e NE, a norte, e de SW, a sul. Ao longo do período de desenvolvimento do sistema Pirambóia, esta zona de convergência teria migrado da porção norte para a porção centro-norte do estado. No que se refere às fácies subaquosas, durante o intervalo de tempo correspondente à metade inferior do registro do sistema, as paleocorrentes viriam de NE, no sudoeste de São Paulo e norte do Paraná, e apresentariam padrão bipolar (NNE-SSW) no centro-leste paulista. Para o período de tempo correspondente à metade superior, foram determinadas paleocorrentes subaquosas de SE, no norte de São Paulo, e de NE a NNE, no centro sul do Paraná. No centro-leste paulista e norte paranaense, observam-se paleocorrentes subaquosas com dispersão elevada, sem rumo preferencial. O padrão de paleoventos reflete convergência de massas de ar, em escala de circulação atmosférica global e/ou regional, neste último caso relacionada a bloqueio exercido por barreira geográfica no Paraná, que serviria de obstáculo aos ventos de sul, na porção norte, e aos ventos de norte, na porção sul. A coincidência geográfica entre as áreas de inversão de paleoventos e paleocorrentes subaquosas, de concentração preferencial de fácies rudáceas e de adelgaçamento da unidade são indícios da existência de paleoaltos estruturais internos à bacia, durante o desenvolvimento do sistema.
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