PALEOVENTOS E PALEOCORRENTES SUBAQUOSAS DO SISTEMA DEPOSICIONAL PIRAMBÓIA NOS ESTADOS DE SÃO PAULO E PARANÁ, BACIA DO PARANÁ: ESTUDO BASEADO EM ANÁLISE ESTATÍSTICA DE DADOS AZIMUTAIS

PAULO CÉSAR FONSECA GIANNINI, ANDRÉ DE OLIVEIRA SAWAKUCHI, LUIZ ALBERTO FERNANDES, LEANDRO MENEZES DONATTI

Resumo


Medidas de mergulho de estratificações cruzadas tomadas ao longo da faixa aflorante dos depósitos do sistema deposicional eólico Pirambóia (Permiano e/ou Triássico da Bacia do Paraná) nos estados de São Paulo e Paraná foram agrupadas segundo critérios escalonados de fatiamento estratigráfico, posição geográfica fácies deposicionais. A partir das medidas agrupadas faciologicamente como éolicas e subaquosas (fluviais ou costeiras), inferiram-se respectivamente os rumos de paleoventos e paleocorrentes e através da aplicação de testes de hipóteses estatísticas. A distribuição espacial dos paleoventos e paleocorrentes subaquosas assim inferidos, no decorrer da atividade do sistema, é objeto de análise e discussão, em termos de proveniência e paleogeografia, incluindo aspectos de circulação atmosférica e relevo. Os paleoventos configuram uma zona de convergência no Estado do Paraná, caracterizada por influxo eólico de NW e NE, a norte, e de SW, a sul. Ao longo do período de desenvolvimento do sistema Pirambóia, esta zona de convergência teria migrado da porção norte para a porção centro-norte do estado. No que se refere às fácies subaquosas, durante o intervalo de tempo correspondente à metade inferior do registro do sistema, as paleocorrentes viriam de NE, no sudoeste de São Paulo e norte do Paraná, e apresentariam padrão bipolar (NNE-SSW) no centro-leste paulista. Para o período de tempo correspondente à metade superior, foram determinadas paleocorrentes subaquosas de SE, no norte de São Paulo, e de NE a NNE, no centro sul do Paraná. No centro-leste paulista e norte paranaense, observam-se paleocorrentes  subaquosas com dispersão elevada, sem rumo preferencial. O padrão de paleoventos reflete convergência de massas de ar, em escala de circulação atmosférica global e/ou regional, neste último caso relacionada a bloqueio exercido por barreira geográfica no Paraná, que serviria de obstáculo aos ventos de sul, na porção norte, e aos ventos de norte, na porção sul. A coincidência geográfica entre as áreas de inversão de paleoventos e paleocorrentes subaquosas, de concentração preferencial de fácies rudáceas e de adelgaçamento da unidade são indícios da existência de paleoaltos estruturais internos à bacia, durante o desenvolvimento do sistema.


Palavras-chave


Formação Pirambóia; Sistema deposicional eólico; Paleocorrentes; Paleoventos.

Texto completo:

PDF

Apontamentos

  • Não há apontamentos.