PROPOSTA DE CLASSIFICAÇÃO E GÊNESE DAS LAGOAS DA BAIXA NHECOLÂNDIA-MS COM BASE EM SENSORIAMENTO REMOTO E DADOS DE CAMPO

Resumo

As lagoas do Pantanal da Baixa Nhecolândia, constituem desafio científico constante. As denominações locais dos principais elementos morfológicos deste ambiente são as cordilheiras, pequenas elevações com vegetação arbórea, as vazantes, as drenagens parcamente definidas que ocupam grande parte da área no período das cheias, e os corixos, cursos d’água definidos e mais perenes que as vazantes. As imagens TM do satélite Landsat 5, fornecem visão sinóptica dos principais elementos do meio e, indiretamente, as características físico-químicas dos corpos d’água, ao menos em parte por condicionarem a atividade biológica. Dados de campo consistiram da amostragem de água em furos de trado em setenta e seis lagoas, com medidas de pH e condutividade elétrica da água do freático e de algumas águas de superfície, quando presentes, pois a coleta realizou-se no período de estiagem, com muitas lagoas secas. As imagens permitiram correlacionar, em larga escala, a alcalinidade/salinidade dos corpos d’água com a disposição das cordilheiras e vazantes, fornecendo subsídios ao estudo da gênese deste ambiente e evidenciando a possibilidade de classificar o universo investigado de lagoas em dois grandes grupos: alcalinas e não alcalinas. Nas primeiras, os dados de campo permitem distinguir pelo menos dois grupos, a saber: lagoas hiperalcalinas e lagoas alcalinas. Cada grupo exibe peculiaridades quanto a seus parâmetros físico-químicos de suas águas. A relação espacial das cordilheiras e lagoas, considerando-se seus aspectos geoquímicos, sugere acidificação e assoreamento das lagoas alcalinas, em paralelo à erosão das cordilheiras.