Morfologia do relevo e formações superficiais do ribeirão do Baú, São Bento do Sapucaí, SP

Rosana Dias Aranha, Rosely Pacheco Dias Ferreira

Resumo


Este trabalho apresenta os resultados da cartografia morfológica realizada na bacia do ribeirão do Baú, município de São Bento do Sapucaí, SP. Esta bacia abrange um trecho da escarpa erosiva do Planalto de Campos do Jordão, compartimento morfoestrutural da Serra da Mantiqueira Oriental. A carta morfológica da bacia do Baú (1:50.000), construída a partir de fotografias-aéreas (1:25.000), considerou na sua concepção e orientação de legenda, os princípios estabelecidos pela RCP.77, do CNRS, França, para a cartografia geomorfológica de detalhe. Ênfase maior foi dada para a representação morfográfica, tendo em vista a diversidade e riqueza das feições e modelado do relevo. A correlação entre a carta morfológica e as bases hipsométrica e clinográfica, possibilitou a individualização de 7 compartimentos morfológicos para a bacia do ribeirão do Baú registrados em cartograma na escala 1:50.000. Dentre as características morfológicas e morfométricas da bacia, destacam-se as formas de relevo que mostram claro condicionamento estrutural, como cristas e vertentes com facetas triangulares e os divisores rochosos e escarpados do complexo Baú-Bauzinho-Ana Chata. Os interflúvios convexos são recortados por vales encaixados, com zonas estranguladas (soleiras) apresentando afloramentos rochosos e cachoeiras. Anfiteatros de erosão com diferentes tamanhos e em várias posições altimétricas modelam as vertentes, definindo setores nas cabeceiras com morfologia característica (superfícies rugosas), ligadas a movimentos de massa. Outra feição particular são as concavidades que aparecem nas vertentes e patamares (ombreiras) cartografadas como depressões e concavidades com patamar. Para destacar as características morfológicas desses setores e as feições das vertentes, foi elaborada uma carta morfológica na escala 1:10.000, a partir da interpretação de fotografias aéreas na escala 1:8.000, complementada pela investigação dos solos através de tradagens e perfis. Os resultados mostraram que as superfícies rugosas correspondem a depósitos relacionados à evolução dos anfiteatros, enquanto as depressões e concavidades com patamar estão relacionadas à erosão geoquímica, que se desenvolve no maciço rochoso, a partir de fraturas na rocha. A gênese dessas feições morfológicas é explicada a partir de modelos propostos na literatura sobre a evolução das vertentes nos domínios montanhosos do Brasil de sudeste.

Palavras-chave


Cartografia morfológica; Compartimentação do relevo; Morfologia de vertentes; Pedra do Baú; Planalto de Campos do Jordão; Serra da Mantiqueira.

Texto completo:

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DOI: http://dx.doi.org/10.33958/revig.v41i1.688

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